Maia quer um Alckmin ''zen'' no debate de hoje
O prefeito do Rio, César Maia (PFL) foi contra desde o início. Achava que o boné de anti-Lula se ajustava melhor à calva de Serra do que à de Alckmin. Voto vencido, o alcaide embarcou na campanha à sua maneira, meio aos trancos.
Foi um morde-assopra sem fim. E César Maia mordeu mais do que assoprou. Valendo-se de seu boletim eletrônico diário, que chama de ex-blog, ele distribuiu conselhos à equipe de marketing de Alckmin. Na maioria das vezes, foi ignorado.
Impacientou-se em dado instante com a demora de Alckmin em partir para o confronto ético com Lula. Cansou de cobrar energia. Agora, acha que não é mais necessário. Na última edição de seu boletim, o prefeito ensina a Alckmin como deve ser o seu comportamento no último debate televisivo, na noite desta sexta.
O texto é, por ora, o mais eloqüente atestado de óbito da candidatura Alckmin já emitido por um integrante do consórcio tucano-pefelê. César Maia dá de barato que a eleição está no papo... De Lula, naturalmente.
Para o prefeito, Alckmin padecerá no confronto da Globo um “desgaste inevitável”. Quando a desvantagem de um candidato nas pesquisas é acachapante, o eleitor já o vê “como perdedor”. Para atenuar os efeitos do desastre, o César Maia sugere a Alckmin que adote um estilo, por assim dizer, chuchu sorridente.
Nada daquela agressividade do primeiro debate, na TV Bandeirantes. Só “caras e bocas de alegria e otimismo; civilidade; alto nível na argumentação...” Procedendo assim, acha César Maia, Alckmin grudará nos subterrâneos da memória do eleitor uma “imagem positiva”. Que virá à tona caso Lula se estrepe no governo. "O eleitor vai pensar: devia ter votado naquele outro", acredita o alcaide carioca.
Se o irrequieto e combativo César Maia está sugerindo a Alckmin o retorno à sua condição leguminosa, é sinal de que a salada tucana, de fato, desandou. Informações do Blog de Josias de Souza.