Lorenzetti queria o dossiê de graça
Jorge Lorenzetti, ex-coordenador de Risco e Mídia da campanha de reeleição de Lula, afirmará aos deputados da CPI dos Sanguessugas que teve interesse em divulgar o dossiê Vedoin, com denúncias contra tucanos, mas proibiu seus comandados de pagar pelo material. Lorenzetti é acusado pela Polícia Federal de ser o articulador da compra do dossiê e presta depoimento na terça-feira.
Segundo ele, durante um encontro Valdebran e os Vedoin relataram que Abel Pereira - empresário que seria ligado ao ex-ministro da Saúde Barjas Negri - teria oferecido R$ 10 milhões para que o dossiê não fosse divulgado e a família queria R$ 20 milhões dos petistas para entregar a denúncia contra tucanos.
Lorenzetti afirmará que descartou a possibilidade de compra. ''Ele não apenas recusa, mas desautoriza qualquer pagamento pecuniário e se desinteressa, pelo menos provisoriamente, pela obtenção dessas informações'', diz o advogado do acusado, Aldo de Campos Costa.
Lorenzetti afirma ter sido procurado pela última vez por Valdebran no dia 11 de setembro, dizendo que os Vedoin entregariam a denúncia à Justiça e passariam o material aos petistas sem pagamento. Assim, ele sustentará que desconhece a origem do dinheiro apreendido com seus emissários. Também dirá que não informou o então presidente do PT, Ricardo Berzoini, e Freud Godoy (na época assessor do presidente) sobre a operação. As informações são do Estadão.