De bigu com a modernidade
Jeep Compass: o que o faz ser tão popular?
O SUV médio chegou ao Brasil, importado dos Estados Unidos, em 2012. Passou despercebido. No fim de 2016, a FCA, nascida da junção das marcas Jeep, Fiat e Chrysler, descobriu a bússola (compass, em inglês). Por isso, neste começo de 2022, as várias versões do Compass bateram a histórica marca de 300 mil unidades vendidas no Brasil. De nada adiantaram, desde então, lava-jatismo, derrubada de presidente legitimamente eleito, pandemia, crise econômica e negacionismo. Em 2017, primeiro ano fechado de vendas, os brasileiros levaram para suas garagens 49.194 Compass; em 2021, já tinham sido 70.918 unidades vendidas - o que garantia sozinho quase a metade (48,5%) de participação no segmento de SUVs médios. Foi um dos 10 veículos mais comprados: ficou na sexta posição no ranking geral e na segunda entre os SUVs - atrás apenas de seu irmão Renegade.
Enfim, quais as razões de tanto sucesso para esse modelo global, que começou a ser fabricado no Brasil e só depois no México, na China, na Índia e na Itália? Este colunista testou o modelo em quatro versões de acabamento ao longo dos últimos quatro meses. Uma, com motor turbodiesel 2.0 e 170cv de potência e câmbio automático de 9 marchas associados ao sistema de tração 4x4 com reduzida e seleção de terreno. As demais, com o 1.3 turboflex T270 de até 185cv e 27,5kgfm de torque e transmissão automática de 6 marchas. Vamos, então, tentar entender esse SUV? “O Compass é sucesso porque trouxe para a sua categoria um alto nível de tecnologia e design”, avalia Alexandre Aquino, diretor do Brand Jeep para a América Latina.
Tecnologia - O modelo ganhou, por exemplo, a Adventure Intelligence, uma plataforma de serviços conectados exclusiva da Jeep, para entregar conveniência, assistência e entretenimento com mapas inteligentes, chamadas de emergência e Wi-fi hotspot, que conecta até oito aparelhos no sistema nativo do automóvel. A operação é intuitiva. Foi fácil obter informações, de longe, sobre o nível de combustível e pressão dos pneus. O Wi-fi embarcado, embora não seja novidade no mercado (e aí, sim, pouco intuitivo), tem detalhes interessantes a partir do mapa integrado - que, sob comando, cruzou a distância de Pirenópolis com o que tinha de combustível no tanque e indicou qual seria o melhor posto para abastecimento. O Adventure, aliás, pode usar a Alexa, assistente da Amazon, e a tela do multimídia de 10,1" tem excelente resolução, com respostas rápidas. O Apple CarPlay e Android Auto não exigem fio para se conectar e ainda com carregador por indução.
Motor - O novo motor turbo flex T270 acabou com um travador de vendas: Compass só valia a pena, entendiam os consumidores, se fosse a diesel. O motor 2.0 flex, aspirado, que entregava até 166cv e 20,5kgfm era bem mais fraco do que o atual 1.3 turbo - que rende até 185cv com etanol e torque de 27,5kgfm (daí o nome T270).
Já o Compass equipado com o TD350, o antigo comando giratório no console central para acionar a tração integral passou a usar botões discretos (lock 4WD e 4WD low). E ainda tem auto hold e assistente de descida de rampas. E a autonomia e o consumo? Vejamos: o 1.3 turbo, se abastecido com gasolina, fica na faixa dos 9,0 km/litro na cidade - e dependendo da força do pé do condutor. Ou pouco mais de 13km/litro na estrada. O câmbio de 9 marchas do diesel é mais suave e rápido nas trocas.
Segurança - Além disso, também trouxe novos itens de direção autônoma e no mínimo seis airbags até mesmo nas versões mais baratas. O opcional Pack High Tech, por exemplo, reconhece placas de trânsito, tem farol alto automático e detector de fadiga do motorista. E, claro, alertas de colisão com frenagem automática e de saída de faixas, piloto automático adaptativo. A versão avaliada no sertão e litoral nordestino foi a S, com motor 1.3. A quantidade de mimos é generosa: até o banco do acompanhante tem acionamento elétrico.
Aventura - A marca preza, historicamente, pelo incentivo à fuga do lugar-comum (neste caso, físico): a adrenalina tem que pulsar nas veias, a barriga deve sentir aquele frio característico, a emoção deve ser mote de vida. Aliás, vale ver (ou rever) o vídeo que a Jeep mostrou em suas redes sociais no fim do ano. Nele, a questão: o que é aventura? Uma viagem longa ou alguns segundos mais ousados, digamos assim? A preocupação com um estilo aventureiro tem como foco a topo de linha Trailhawk, diesel, testada pela coluna De bigu com a modernidade: pneus de uso misto, um charmoso capô adesivado e teto preto e suspensão elevada off-road, protetores de cárter etc. Esta versão leva o selo "Trail Rated", uma espécie de chancela da marca para a capacidade off-road nas piores (ou melhores) trilhas. Ela vem com tração integral (drive low) e câmbio de nove marchas até com paddle shift.
Estilo - As mudanças recentes no Compass o deixaram mais estiloso, principalmente por causa do interior, totalmente inédito com bom acabamento no painel das portas e volante, por exemplo. Desde a versão mais básica, faróis full-LED e pareamento sem fio com o Android Auto e Apple CarPlay. Aliás, o estilo foi o ponto mais forte citado pelos donos do Compass na tradicional pesquisa da revista Quatro Rodas. Em seguida, vêm ergonomia, espaço, tamanho da rede e preço de revenda. A porta USB, as tomadas e a saída de ar para os passageiros de trás dão um toque final. Ah, por fim, o sistema de som de 506 watts da Beats.
O que pesa contra - O motor aspirado 2.0 era o calo, mas foi eliminado. O porta-malas poderia ser maior? Por quase 2 quilômetros rodados pelo interior de Pernambuco e litoral da Paraíba, deu um certo trabalho acomodar duas malas (uma de 23km admitida em voos nacionais e outra de 32 km). E vejam que a Jeep diz que, na reformulação da linha 2022, o volume que era de 410 litros pulou 476 litros! Na verdade, isso merece uma explicação à parte: os engenheiros da marca apenas adotaram outro método de aferição de volume (no caso, levando em conta o espaço integral, em líquido, não o que usa formas cúbicas variadas até completar o todo o porta-malas). Os preços das peças e de contratação de seguro? Nos fóruns das comunidades de fãs da marca, esse são os dois problemas apontados. Quanto ao preço, veja a imagem ao lado: o preço final da versão mais barata, a Sport, com poucos acessórios, sai por R$ 164 mil. A Limited com cor especial e um pack de segurança e condução semi-autônoma vai aos R$ 201,8 mil.
Curiosidades - O Jeep Compass produzido em Goiana (PE) abastece 16 países de língua espanhola: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicaragua, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
E é vendido em mais de 100 mercados em todo o mundo. No Brasil, a cor branca é mais vendida - sendo a versão Longitude flex a queridinha por aqui.
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Briga de ‘populares’: o que muda no Mobi e no Kwid - Os dois subcompactos mais conhecidos - e relativamente baratos - do mercado nacional apresentam neste começo de 2022 algumas mudanças. O segmento dos chamados populares, deixado de lado por várias montadoras, ganha uma sobrevida: entre perdas e ganhos, qual ficou mais interessante para o consumidor que leva em conta na hora da compra preço, consumo, conforto e segurança? Vejamos: A linha Mobi 2022 ganhou nova calibração do motor - o que significa uma redução no consumo em até 7,9% e uma autonomia que pode superar os 700 km. Para tanto, perdeu (pouco, na verdade) potência e torque: antes, rendia até 75 cv e 9,9 kgmf com etanol - e agora entrega até 74cv e 9,7mkgf.
O modelo também passa também a vir com sistema de monitoramento contínuo da pressão dos pneus. Se o sistema detectar a perda de pressão em um ou mais deles, um alerta é emitido na cabine. Além de ser um aviso antecipado em caso de furos, serve como aviso quando os pneus estiverem com baixa pressão, contribuindo para que o Mobi tenha a melhor eficiência energética possível. Em relação ao motor, o Fire Evo foi adequado para atender às novas normas de emissões Proconve L-7 (PL7) e isso permite agora um consumo de até 15 km/l com gasolina no circuito rodoviário.
O pacote de mimos de série continua: ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricas, freios ABS e airbag duplo. Como opcional, volante multifuncional com controles do som, bluetooth com conexão simultânea para até dois smartphones e sistema multimídia UConnect com tela de 7 polegadas e conexão Android Auto e Apple CarPlay sem a necessidade de fios. O Mobi tem 3,566m de comprimento, 1,633m de largura, 1,505m de altura e 2,305m de entre-eixos. O porta-malas só leva o equivalente a 215 e o tanque de combustível tem capacidade para 47 litros. O pequenino teve emplacadas no ano passado 65.847 unidades.
Preços: R$ 60.990 para a versão Like e R$ 63.990 para a Trekking
Segurança a mais - O Renault Kwid, popular hatch da marca francesa, ganhou mudanças visuais, passou por uma atualização mecânica e até incluiu mais equipamentos - essencialmente de segurança, o que é muito bom. Por exemplo: ele terá controles de tração e estabilidade de série - e em todas as versões, incluindo os já tradicionais 4 airbags. Além de assistente de partida em rampas, monitoramento de pressão dos pneus e computador de bordo em todas as versões.
Para tanto, os preços vão de R$ 59.890 a R$ 67.690.
Em relação ao design, os faróis dianteiros ficaram mais abaixo, com as luzes diurnas em LEDs um pouco acima. Nas laterais, só troca de rodas e calotas. Internamente, painel de instrumentos com tela digital, nas versões mais caras, um multimídia de 8" com espelhamento via Apple CarPlay e Android Auto.
Mercedes-Benz: chega a nova geração do Classe C - A nova geração do sedã premium da marca alemã vem para o Brasil em duas versões (a C200 AMG Line e C 300 AMG Line), com preços de R$ 349.900 e R$ 399.900, respectivamente. Ele ficou maior (com 4,75 m de comprimento, ou 65 mm a mais) e ganha uma cara bem esportiva da AMG (faróis com formato angular e luzes de led na versão C 200, por exemplo) e grade conta com dimensões maiores. Os motores (turbo a gasolina de quatro cilindros) agora têm um gerador de partida integrado (ISG) para assistência inteligente em baixas rotações: é uma espécie de híbrido leve, de segunda geração, de 48 volts, que garante funções como impulso ou recuperação de energia. Assim, a partida é rápida e confortável, de modo que a função start/stop é quase imperceptível. As versões C 200 (204 cv) e C 300 (258 cv) são equipadas com o motor a gasolina M254 de quatro cilindros.
JAC E-J7: elétrico com preço de rivais a combustão - E acaba de desembarcar no mercado brasileiro o primeiro sedã 100% elétrico da JAC Motors, é o décimo veículo elétrico da marca chinesa controlada no país pelo brasileiro Sérgio Habib. Com 193cv de potência, 34,7kgfm de torque e 4,77 metros de comprimento, ele promete encarar até os modelos premium do mercado nacional - como o BMW 320i GP, dono de 66% das vendas do segmento de sedãs grandes. O elétrico da JAC é 6cm maior e 1cm mais largo e o motor oferece 6cv a mais, assim como o torque máximo de 4,1kgfm extras, e ainda leva a vantagem de emitir zero poluentes. Seu preço? R$ 264.900, ou R$ 34 mil mais barato do que o BMW 320i GP. O E-J7 possui 402km de autonomia e baterias de fosfato de ferro de lítio com capacidade máxima de 50,1 kWh. Faz, de 0 a 100 km/h, em 5,9 segundos. O custo por km rodado é de R$ 7,75/100 km.Como mimos, um sistema multimídia com conectividade Apple CarPlay e Android Auto e tela vertical de 13 polegadas (como um iPod).
A Neoenergia e os elétricos - A empresa de energia integrante do grupo espanhol Iberdrola e com atuação em 18 estados brasileiros e no Distrito Federal vai oferecer soluções de mobilidade para seus clientes - residenciais e comerciais ou mesmo empresas que queiram eletrificar suas frotas de veículos. As soluções são diversas e vão desde a configuração à vistoria técnica e à instalação. Por enquanto, o DF e mais oito estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte – oferecem o serviço. O trabalho é feito em parceria com a fabricante brasileira de estações de recarga WEG. Essas estações possuem medição de energia e são inteligentes, com protocolo de comunicação aberto, conexão à internet e a plataformas de gestão de recarga.
Novo Cruze - O sedã médio da Chevrolet vai ganhar uma versão especial, a Midnight - aquela com foco na cor preta. O evento de apresentação on-line para jornalistas será em 26 de janeiro. Não devem surgir novidades em relação ao tradicional conjunto de motor e câmbio.
VW 25.460: caminhão conectado e confortável - O modelo Volkswagen com motor MAN D26 12.4 para entregar 460 cavalos veio para mostrar uma série de novidades no portfólio estradeiro da marca. A transmissão automatizada Traxon de 12 marchas ganhou nova calibração: o modelo com tração 6x2 tem capacidade máxima de 70 toneladas. A cabine ganha mais atributos: suspensão com quatro bolsões pneumáticos trazendo um nível de conforto diferenciado, cinto de segurança integrado no banco do motorista e climatizador montado de fábrica. Todas as unidades do modelo já saem de fábrica com a plataforma de conectividade RIO, para propiciar a telemetria e os consequentes ganhos operacionais.
O sistema de direção é totalmente novo. Dois tanques de 470 litros de combustível agilizam a logística operacional, garantindo grande autonomia. O extrapesado VW também dispõe de tanque para 100 litros de Arla 32, a maior capacidade da categoria, o que maximiza a produtividade por evitar a necessidade de abastecimento durante a viagem. O 25.460 vem bloqueio do diferencial do eixo traseiro e o sensor de inclinação para ajustar a rotação e melhorar o consumo de combustível. Já o Eco-roll aproveita a inércia quando possível e coloca a transmissão em neutro de forma segura e controlada, reduzindo o consumo de combustível.?
Bateria: cuide do coração do carro - Você costuma revisar o estado do óleo, do filtro de ar, dos pneus e até do limpador de parabrisas, certo? E da bateria? Espera que ela ‘apague’ para agir? A Heliar, conhecida marca desse produto, montou uma pequena cartilha - que o blog compartilha aqui. Éder Inácio, analista de suporte técnico na Clarios, responsável pela produção da marca Heliar, explica que o primeiro passo é atentar para o estado atual da bateria instalada no carro, seguindo essas orientações:
Inspecionar os terminais para verificar se não existe alguma oxidação ou zinabre, que é gerado a partir da reação química do ácido sulfúrico, oxigênio do ar e metal do polo ou contato.
Checar se a bateria está bem presa aos terminais dos polos.
Se a bateria possuir um indicador de carga, observar qual é a coloração atual. A leitura da indicação desse dispositivo permite saber se está carregada ou não.
Checar o sistema de carga do carro (em loja de confiança) para avaliar, por meio do equipamento de descarga, se a bateria está “prestes a morrer” ou se está apta para uma viagem.
Caso seja necessário trocar a bateria, optar por uma substituta que apresente a mesma capacidade de C20 (tempo de descarga de 20 horas) ou maior, nunca menor. Ampere-hora ou C20 é um indicador de quanta energia é armazenada em uma bateria, ou seja, a energia que uma bateria pode fornecer continuamente por 20 horas, a 25 °C, sem cair abaixo de 10,5 volts.
Outra medida importante quando se trata de bateria são os amperes de partida a frio, a corrente de descarga de alta taxa em baixa temperatura também conhecida como amperes de partida a frio (CCA). “Um CCA baixo acelera a manutenção do carro, pois pode causar problemas como maior desgaste das escovas do motor de partida, desgaste das velas e em todo o conjunto da partida do carro.
Por isso, é importante optar por uma bateria com uma boa especificação, CCA alto e a capacidade de C20 igual ou maior em relação à original do carro. Assim, a tendência é que a bateria sofra menos desgaste e tenha uma maior durabilidade e melhor desempenho no carro”, aconselha Eder Inácio.
Carro parado - Mesmo sem uso, os sistemas elétricos como o computador de bordo e o relógio podem descarregar a bateria lentamente, o que significa que o carro pode não dar partida se ficar parado por muito tempo. Se o veículo precisar ficar parado por mais de 21 dias, uma alternativa é desconectar a bateria, tendo ciência de que isso irá redefinir todos os sistemas eletrônicos e configurações do veículo, portanto, é bom estar preparado para reajustar o relógio e demais itens.
Para desconectar a bateria, basta remover o cabo da porta negativa. Ao realizar esse procedimento, não deixar as extremidades negativa e positiva do cabo se tocarem em nenhuma circunstância. Se os cabos entrarem em contato ou até mesmo fecharem, pode haver consequências, incluindo danos ao alternador e cabos ou até mesmo ferimentos.
“Após o período de 21 dias, corre-se o risco de ficar sem a partida, mesmo o carro não apresentando uma excessiva fuga de corrente. Antes disso, é preciso andar com o carro para que a bateria recarregue”, recomenda o analista de suporte técnico na Clarios.
*Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.