Aliados de Geraldo tentaram anular investigações no plantão
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Segundo advogados criminalistas, sob reserva de fonte, três dos principais assessores do ex-prefeito Geraldo Júlio (PSB) tentaram uma manobra "manjada" de anular as investigações da Operação Apneia, no plantão do STJ em Brasília, quando os ministros estavam de férias coletivas. Neste caso, a decisão coube ao presidente do STJ isoladamente. A Operação Apneia é a que investigou a compra sem licitação de 500 respiradores sem licença da ANVISA e testados em porcos. O presidente do STJ rechaçou a suposta manobra da defesa dos aliados de Geraldo ao decidir um recurso de habeas corpus, protocolado em 10 de janeiro sem alarde em Brasília.
"Em juízo de cognição sumária, verifica-se que inexiste flagrante ilegalidade que justifique o deferimento do pleito liminar em regime de plantão. Considerando que o pedido se confunde com o próprio mérito do recurso, deve-se reservar ao órgão competente a análise mais aprofundada da matéria por ocasião do julgamento definitivo. Ante o exposto, indefiro o pedido de liminar", decidiu o presidente do STJ. No caso, o Ministério Público Federal ofereceu duas denúncias criminais. Uma será analisada pela Justiça Federal de São Paulo. Outra será analisada pela Justiça Estadual de Pernambuco. Antes, o TRF5 do Recife também tinha negado um habeas corpus com o mesmo pedido, de anular as provas da compra dos respiradores testados em porcos.
A tentativa de anulação partiu de Jailson Correia (ex-secretário de Saúde de Geraldo), Felipe Bittencourt (homem-forte de Geraldo nas compras sem licitação da covid-19) e Mariah Bravo (sobrinha de Sileno Guedes e nomeada por Geraldo para assessorar a Secretaria de Saúde). Felipe chegou a ser proibido pela Justiça Federal de entrar no prédio da Prefeitura, bem como foi afastado do cargo. Jailson chegou a ter a prisão requerida pelo Ministério Público, mas a Justiça negou o pedido de prisão. Mariah foi exonerada pelo atual prefeito João Campos, no início de 2021, quando vazou a notícia que ela foi indiciada pela Polícia Federal neste inquérito.