Sem se impressionar com os números desfavoráveis das pesquisas, o candidato a governador de Pernambuco pelo PFL, Mendonça Filho, confia ainda na vitória, e por ela trabalha até a última hora e instância, conforme declara a este blog, em entrevista a Magno Martins, no debate político da Rádio Melodia FM, da qual reproduzimos aqui alguns trechos.
Como o senhor tem encarado a divulgação sucessiva de tantos números (pesquisas) todos altamente desfavoráveis?
Na verdade, acredito sim na vitória, e tanto é que estou nas ruas todos os dias, trabalhando por ela. Já vi quadros assim antes, e o resultado ser diferente do que se pensava. No primeiro turno mesmo houve casos assim, como na Bahia, por exemplo.
Como o senhor tem assimilado a verdadeira avalanche de prefeitos e outras lideranças que lhe apoiavam e agora passaram para o adversário?
É preciso ver se eles repassam votos para a outra candidatura. Não quero aqui desmerecer a liderança de ninguém, mas é preciso atentar para o fato de que o eleitor define quem é o melhor, quem expressa o melhor caminho. Tenho confiança nessa análise, nessa capacidade de avaliação do eleitor pernambucano.
Com base em que essa avaliação, agora tão perto da eleição?
Nós trabalhamos muito. Tiramos Pernambuco do fundo do poço. Em 98 Pernambuco estava sem rumo, repito mais uma vez, sem direção. Fizemos muito pelo Estado em várias áreas e queremos fazer mais. O eleitor tem essas informações, e fará a avaliação correta, de que o melhor caminho é o das mudanças que fizemos, iniciadas por Jarbas Vasconcelos e que damos seqüência.
O senhor tem criticado com insistência o programa de governo do seu adversário Eduardo Campos. Em que ele é falho?
Tem muita coisa no programa dele que é puramente artificial. Quer um exemplo, entre muitos? As chamadas delegacias inteligentes. Pelo que me consta não existem delegacias inteligentes, existem as que trabalham para produzir resultados concretos em termos de investigação. Outra coisa que cito é a presença de juízes de plantão nessas delegacias. Realmente não consigo imaginar como isso poderia funcionar. Como esses, alguns outros pontos do programa do meu adversário são pura ficção.
O senhor tem dito também que seu adversário, ao contrário do que apregoa, não representa o novo. Por que?
Porque ele já foi testado e reprovado pelo povo pernambucano. Administrou Pernambuco em 98, como secretário da Fazenda mandando em tudo, e mergulhou o Estado naquela grave crise, como a operação desastrosa do chamado escândalo dos precatórios.
Mas seu adversário insiste em que o senhor fala mais do passado do que do futuro.
Na verdade ele não gosta de falar do passado, mas do passado dele, que ele esconde, porque é negro. Só que nosso futuro é construído com base no que se fez no passado. E quanto a isso, ao contrário dele, fizemos muito por Pernambuco, tivemos um trabalho imenso para isso, mas aí está a estrutura para o desenvolvimento que montamos.
Há acusações suas de que Eduardo procura nacionalizar a campanha, apoiado no presidente Lula. O senhor também não faz assim?
Não sei qual a estratégia dele, mas a sua campanha é calcada numa lógica para mim equivocada. Ele como candidato, se coloca na posição de que governador é subordinado do presidente da República. Todos sabem que há uma tradição no Estado que é de ter governadores independentes, que falam com quem quer que seja. No meu caso sim, faço parcerias com governo federal, governos municipais, buscando o melhor para o Estado, mas sem tomar o presidente como suporte na minha campanha.
Mas o senhor também usa muito o nome do presidente Lula na sua campanha.
Tenho várias parcerias com o presidente Lula, como por exemplo, na implantação da refinaria, montagem de uma estrutura que viesse transformar o empreendimento numa realidade. E outros empreendimentos mais que tenho citado na minha campanha, sempre colocando que é para o bem de Pernambuco. Meu candidato a presidente é Geraldo Alckmin, mas não tenho nenhuma dificuldade de continuar celebrando parcerias com o governo Federal, seja qual for o presidente, inclusive o atual.